quinta-feira, 7 de abril de 2011

          Brame, brame, brame
nas tuas frias pedras pardas, Mar!
Ah, soubera dizer-te a minha boca
tudo quanto me está a recordar!

Feliz do bom mocinho, lá na praia,
a correr, a brincar com sua irmã!
Feliz do pescador, no seu batel,
a cantar a alegria da manhã!

E os soberbos veleiros vão vogando
para bom porto, sob o vasto céu;
-- mas quem me dera a mim tornar a ouvir
o som de certa voz que emudeceu!

          Brame, brame, brame
     nas tuas cavas penedias, Mar!
Mas ai da graça terna da hora que passou,
     e nunca, nunca mais há-de voltar!

Tennyson

(Luís Cardim)

Sem comentários: