olham o mar
mar que vem do fundo, do céu enorme, e se imobiliza
a teus pés
quantas vezes, ao longo destes dezoito séculos,
terás querido romper o silêncio,
a magnificência da tua atitude
e descer as escadas até ao lugar do fundo
onde a face de apolo todas as tardes se incendeia
da febre do mediterrâneo
mas aí ficaste
no teu lugar de mármore
corajosamente enfrentando a erosão que te mina
por dentro as vísceras de pedra
vendo as chamas do tempo silenciosamente crepitando
nas aras solitárias
-- minha deusa de sabratha
Vítor Oliveira Jorge
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