sábado, 9 de abril de 2011

LEN-GA-LEN-GA

Um sol que num céu se expande,
um sol pra que o céu é grande

O mundo a andar-lhe de roda,
o mundo com a gente toda.

Que infantil isto seria
se não fosse a astronomia!

Mas demonstra-se e acredito,
porque é simples e bonito.

Duvido, mas só o digo
mais que fechado comigo.

Tudo acredito e duvido;
tudo foi ganho e perdido.

Porque o tempo não começa
onde temos na cabeça.

Ah! que reinos haveria
antes desta dinastia!

A nossa imaginação
é o tormento dum condão.

Mas tudo isto já o disse
cher Monsieur De La Palisse,

E sem adormecimentos,
abandonos, desalentos...

Lenta, longa lengalenga...
lassa arenga... que molenga!...

Branquinho da Fonseca

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