terça-feira, 5 de abril de 2011

ASPIRAÇÕES

Lábios que imploro em vão, lábios que eu idealizo!
Ouvir-vos, mesmo ao longe, alegra-me e distrai-me.
Guarda-jóias que fecha e abre num sorriso,
          Lábios -- beijai-me!

Braços de neve? Não! -- Serpentes de delícias,
Quando o prazer vos torça e a febre-amor vos queime!
Cadeia de roubar a vida entre carícias,
          Braços -- prendei-me!

Olhos excepcionais! estranhos sóis polares!
Se a vossa luz me afasta, o vosso abismo atrai-me!
Grande como dois céus, fundos como dois mares...
          Olhos -- matai-me!

Queirós Ribeiro

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