e constroem o amor num fim de tarde
como jarro de rústico gargalo
ou fino pano arcaico. Sôbre o barro
põem desenhos mais jovens de suaves
moças dançando e restos de paisagens
da infância e da montanha: perfis núbios
sôbre o vermelho poente desse jarro.
E a substância mais tímida do sonho
nas mãos do artesão faz de seu pranto
e cismas, riso e ardor, tecido raro
em que se borda uma novilha, bela
como o beijo em setembro, em que se fez
o amor com outro fio e um outro barro.
Alberto da Costa e Silva
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