És tu que me chamas.
Olhos invisíveis sulcam a sombra, penetram-me como à parede os pregos,
És tu que me fitas.
Mãos invisíveis nos ombros me tocam, para as águas dormentes do lago me
[atraem,
És tu que me queres.
De sob as vértebras com pálidos toques ligeiros a loucura sai para o cérebro,
És tu que me penetras.
Não mais os pés pousam na terra, não mais pesa o corpo nos ares, transporta
[-o a vertigem obscura,
És tu que me atravessas, tu.
Ada Negri
(Jorge de Sena)
Sem comentários:
Enviar um comentário