sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

MARY MORISON

Maria, assoma à janela:
chegou por fim o momento!
O teu sorriso empobrece
os oiros do avarento...
Até me fazia escravo
a moirejar noite e dia,
se como prémio tivesse
a minha doce Maria!

Ontem, ao som das violas,
a aldeia inteira bailava;
só eu, sem ouvir nem ver,
para ti, meu bem, voava...
Fossem loiras ou morenas,
nenhuma ali te vencia...
Eu, então, só me queixava:
Não sois a minha Maria!

A quem por ti dera a vida,
vais, Maria, enlouquecer?
Ou rasgar-lhe o coração
sem culpa de bem-querer?
Se amor por amor não dás,
pena tem desta agonia...
Mal ficava ser cruel
à minha doce Maria!

Robert Burns

(Luís Cardim)

2 comentários:

rose marinho prado disse...

Quem escreveu o poema??? Há dois autores.


Se puder, esclareça....


E um poema que fala de maria como tem título em inglês???

Estranho...(desculpe a ignorância, mas não conheço esse poetas)

Ricardo António Alves disse...

É uma tradução do poema de Robert Burns feita por Luís Cardim, um grande shakespeareano, anglista e germanista da primeira metade do século XX . Ele optava por manter o título original nos poemas que traduzia, aportuguesando os nomes, como era uso na época.