Não tive muro.
Minha roseira ficou sem rosas.
Todo o perfume de minha vida
pairou acima da gravidade.
Veio a segunda. Quebrou na vista.
Meu rosto ágil fez-se profundo.
Sorveu-a, lágrima. Ou estilhaçava
o seio imerso, de bolha dupla.
Transfigurei-a. Foi um salpico
de estrela d'água em minha boca.
Mas a terceira caiu-me dentro.
Só tive sangue para ampará-la.
Felizmente voltou ao sopro
da luz divina que eu respirava.
Adelaide Petters Lessa
2 comentários:
Pedra que última já se sabe divina e portanto, não no meio do caminho e sim, a caminho do céu, em construção.
A anáfora, pedra pedra pedra, dá a força do eu lírico. Nem som quebra.
Valeu, Rose!
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