das corolas, no segredo dos pistilos;
a visão musical de outros tranqüilos
céus onde o amor esteve (ou está) disperso;
a secreta palpitação de uma beleza
mais casta, de uma luz que se anuncia,
trazem-me a sensação do próprio dia,
numa contemplação que é mais certeza.
Certeza? antes, o supremo encantamento
de quem renasce com as manhãs, em luminosa
plenitude, e as vê morrer, frágeis, ao vento.
A poesia é o dia reinventado.
E nós, que tanto sonhamos ao criá-la,
não nos lembramos mais de haver sonhado.
Alphonsus de Guimaraens Filho
2 comentários:
um soneto em dó maior!
ora bem!
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