Da boca sempre inquieta por beijar-te;
E os beijos da minh'alma, sem desejos
Que não sejam, de longe, acarinhar-te...
E os beijos que são longos, como harpejos
Em que fala o meu sonho e a minha arte,
E os beijos em que o sangue tem lampejos
De ciúme e de febre a alucinar-te...
E os beijos desta angústia, em que procuro
Prender nas minhas mãos o teu futuro,
Saber o anseio dos teus olhos tristes...
E ainda os beijos novos que eu não dera,
Os beijos que eu não dava à tua espera
--E que são teus, Amor que não existes!...
João de Barros
Sem comentários:
Enviar um comentário