terça-feira, 20 de julho de 2010

As vidas que perdi, ninguém devolve,
Nem os ventos que sabem suas mortes,
Nem a Mãe-d´água que fechou meus olhos,
Poderão devolver o que perdi.

A febre do sertão guarda meu grito,
A seta envenenada minha dor,
Os rios têm meu sangue em suas veias,
Talismãs transformaram minhas almas.

As vidas que perdi, ninguém devolve.
São farrapos de nuvem, são serpentes,
São peixes devorando a lua cheia.

Só a febre que sinto rememora
E me fala de passos esquecidos
Nas léguas que apodrecem com meus corpos.

Paulo Bomfim

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