sexta-feira, 23 de julho de 2010

SINTRA

Ervas de macio cheiro,
secura de ásperos cactos,
alegria dos contactos,
tristeza do passageiro --

Tudo! E este vago sentido
das superfícies do mundo,
a matéria e o eco profundo
do horizonte pressentido;

Tudo e nada; outra vez tudo;
nada outra vez -- mas, teimosa,
a languidez desta rosa
morrendo a mão de veludo.

Tudo agora, nada em breve,
enquanto a nuvem que passa
tem a mesma, a eterna graça
leve, leve, leve, leve...

Ribeiro Couto

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