sábado, 7 de março de 2009

MÃE

Olha, meu Filho! quando à aragem fria
Dalgum torvo crepúsculo, encontrares
Uma árvore velhinha, em modo e em ares
De abandono e outonal melancolia:

Não passes junto dela, nesse dia
E nessa hora de bênçãos, sem parares:
Não vás, sem longamente a contemplares:
Vida cansada, trémula e sombria!

Já foi nova e floriu entre esplendores:
Talvez em derredor dos seus amores
Inda haja filhos que lhe queiram bem...

Ama-a, respeita-a, ampara-a na velhice;
Sorri-lhe com bondade e com meiguice:
--Lembre-te, ao vê-la, a tua própria Mãe!

António Correia de Oliveira

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