Com os seus dedos vestidos de veludo,
É a morte que desce sobre o dia...
E o dia morre... como morre tudo...
Mas vem a noite, mais fúnebre e negra,
E o crepúsculo morre em agonia...
Viveu tão pouco!... De que lhe serviu
Ter vindo à terra pra matar o dia?...
E a noite reina -- julgando-se eterna... --
No seu trono de estrelas assentada...
Reinado efémero: no vasto horizonte
Aparece a sorrir a madrugada...
Lourdes Borges de Castro
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