quinta-feira, 27 de maio de 2010

TERRA MORTA

Um canto áspero, sem perfume,
Pela noite fora vem.
Vozes neutras e sem lume,
Nem amor têm.


Um canto álgido e soturno,
Canto de morte,
Vem como um vento contra as janelas,
Vento de noite de tempestade
Contra as janelas da nossa vida.


Como asas longas de morcegos
Lá fora a noite perpassa
Grandes mãos frias sobre as coisas


Adolfo Casais Monteiro