segunda-feira, 4 de julho de 2011

jaz viva e adormece
a menina de sua mãe

os caracóis soltos na almofada
os braços a bacia os pés partidos
o corpo pousado na cama articulada
as flores murchando na jarra improvisada

sentada numa cadeira a seu lado
a mãe descose as suas camisas de dormir
o corpo danificado
inchou de dor de nada

politraumatizada
jaz viva e anoitece
a menina de sua mãe

Bénédicte Houart

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