toda a tua inspiração,
que o mundo cheio de graça
caberá na tua mão!
Sê sóbrio: com um copo de água,
um fruto e um pouco de pão,
nem sombra de leve mágoa
cortará teu coração...
Ama a rude terra virgem,
com todo o teu rude amor:
pois colherás na vertigem
de cada sonho uma flor.
Sofre em silêncio, sòzinho,
porque os sofrimentos são
o mais saboroso vinho
para a sombra e a solidão...
E, quando um dia, o cansaço
descer ao teu coração,
une à terra o peito lasso
e morre, beijando o chão!
Morre assim como indeciso
fumo que nos ares vai,
morre num breve sorriso,
como uma folha que cai...
Ronald de Carvalho
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