abandonando o corpo,
do qual foi chama;
quando atinge o cume
contempla um céu sereno, benigno
onde se irá acolher;
ou navega junto ao círculo polar
até chegar a uma baía
de água límpida e quente?
Na escuridão da caverna
um medo vigia os nossos actos,
medo de que a vida seja apenas isto --
sombras projectadas na parede,
dor pelos caminhos,
até findar um dia, no sem sentido
de um corpo perecível.
Necessidade de saber, derradeiro
e redentor o desejo
ao acender no peito a ilusão
da vitória da vida
sobre o nada.
Na inútil função consoladora da poesia.
Jorge Gomes Miranda
2 comentários:
Sem esse derradeiro fio de ilusão, que muitos chamam esperança, quem resistiria?!
É muito difícil. Poderá haver consolação pela poesia, pela filosofia.
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