porque fiz lealdade; enganou-m'i o pecado.
Soltade-m', ai, senhor,
e jurarei, mandado, que seja traedor.
Se traiçon fezesse, nunca vo-la diria;
mais, pois fiz lealdade, vel por Santa Maria,
Soltade-m', ai, senhor,
e jurarei, mandado, que seja traedor.
Per mha malaventura tive um castelo em Sousa
e dei-o a seu don', e tenho que fiz gran cousa:
Soltade-m', ai, senhor,
e jurarei, mandado, que seja traedor.
Per meus negros pecados, tive um castelo forte
e dei-o a seu don', e ei medo da morte.
Soltade-m', ai, senhor,
e jurarei, mandado, que seja traedor.
Diego Pezelho
2 comentários:
Que beleza de poema! Que histórico ! Qye humano!
E é mesmo, Rose. O trovador é contemporâneo deste alcaide de Sousa e da guerra civil entre D. Sancho II e o seu irmão, o futuro D. Afonso III (sempre irmãos e famílias desavindas nesta história de Portugal...). Sancho foi deposto pelo Papa e todos os seus apoiantes que persistissem em terçar armas por si, seriam excomungados pelo arcebispo de Braga, primaz das Espanhas.
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