segunda-feira, 18 de abril de 2011

DOR MORTA

Foi secando aquela dor...
               Planta daninha!
Que perfume embriagador
          Ela não tinha!

Foi morrendo... o coração
          Inda se queixa...
Mas eu fiz uma oração
          Da sua queixa.

E, alta noite, vou rezar,
          Joelho em terra...
O céu chora com pesar,
          A sombra aterra.

Mas a lua entra a sair,
          Intemerata,
E o luar entra a cair
          -- Chuva de prata...

Então a dor que morreu
          Surge mais bela...
Quem move os lábios -- sou eu;
          Quem reza -- é ela.

Queirós Ribeiro

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