dos tempos que já lá vão!
Minha vida de criança,
minha bolha-de-sabão!
Infância, que sorte cega,
que ventania cruel,
que enxurrada te carrega,
meu barquinho de papel?
Como vais, como te apartas,
e que sozinho que estou!
Ó meu castelo de cartas,
quem foi que te derrubou?
Tudo muda, tudo passa
neste mundo de ilusão:
vai para o céu a fumaça,
fica na terra o carvão.
Mas sempre, sem que te iludas,
cantando num mesmo tom,
só tu, coração, não mudas,
porque és puro e porque és bom.
Guilherme de Almeida
Sem comentários:
Enviar um comentário