sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

EM TEMPO DE MISÉRIA

desço por um jardim transparente
entre lodo e hortelã

andam assistentes sociais pelo bosque
à procura de pobres
agitam contas e berlindes

acaba aqui a rédea solta, há que escolher as armas

troco à sombra do derradeiro cipreste
dois versos e um dedo
por uma noite de sono e um detonador

João Almeida

3 comentários:

  1. Se não fosse João Almeida! Hoje hoje hoje!

    Versos TAMBÉM servem para nos identificarmos com ele. Não são apenas um trabalho estético.

    ResponderEliminar
  2. No Brasil é corrente a forma


    para nos identificarmos


    e não

    para identificarmo-nos

    ResponderEliminar